(G2) Diário de campo 1
mai 28th, 2014 | By Guilherme Blumenau | Category: Diário de Campo, Vídeo-DepoimentosNeste vídeos eu deponho sobre o andamento das aulas iniciais na turma do terceiro ano do Ensino Médio na qual faço estágio.
Neste vídeos eu deponho sobre o andamento das aulas iniciais na turma do terceiro ano do Ensino Médio na qual faço estágio.
Boa tarde Guilherme.
Veja bem, esta questão de o aluno não estar por dentro dos assuntos relacionados ao estágio, e acredito que não só em relação ao assunto de nossas aulas como estagiários, mas também isso acontece com outros professores, eu como professor da disciplina de física em quatro escolas aqui de minha cidade percebo que todos possuem um déficit muito grande em relação a física.
Há uma desmotivação muito grande por parte dos alunos, seja nas aulas normais, e mesmo nas aulas de estágio. O que esta me ajudando contornar esta situação são as novas práticas que estamos aprendendo no curso, antes de fazer o curso eu já havia lecionado esta disciplina, e como minha área é matemática eu sempre ministrava as aulas voltadas para o cálculo, e veja você, é muito complicado trabalhar a física quando não abordamos o assunto de forma atrativa, pois vejo que este mesmo aluno as vezes esta “surrado” de aulas de matemática, ai chega o professor de física e aplica mais aulas de calculo, ai este aluno acaba por não participar da aula, e ainda pode conturbar mais ainda o ambiente, pois quando não entendem o assunto eles acabam ficando meio que revoltados.
Esta questão da sala ambiente que você cita é muito interessante, quando fiz o ensino médio aqui em uma escola de minha cidade, este recurso a favor do professor era utilizado, hoje não é mais, vejo este recurso como algo positivo, pois as produções principalmente na questão de cartazes e recursos confeccionados pelos alunos em sala de aula podem permanecer ali o ano todo, assim como também o projetor, que da uma mão de obra pra montar ele a cada aula, e isso acaba atrapalhando, perdemos muito tempo com isso, pois esta questão de montar e desmontar nem sempre da certo…ele poderia estar fixo na sala sem que precisamos montar quando fôssemos utilizar, e como você citou, este recurso ajuda muito no andamento das aulas.
Eu também faço uso do projetor em quase todas as aulas, seja para explanar os assuntos, ou rodar vídeos, e mesmo para os alunos simularem determinados temas com simuladores que baixo para meu netbook…este recurso atrai bastante a atenção deles, e todos participam.
Realmente Jairo. Em uma das aulas eu tive uma experiencia gratificante quando levei alguns itens para demonstrar o conceito de corrente elétrica. Dentre os varios itens havia um arma de choque. Apenas ela já foi o suficiente para prender a atenção dos alunos pelo resto da aula. Começaram fazendo perguntas sobre a forma de usar, qual era a força do choque etc. Com isso o assunto de corrente elétrica se desenrolou mais do que facilmente. Enfim, foi uma aula em que quase não usei cálculos mas que, tenho certeza, contribuiu muito para a produção de conhecimento em cada uma daquelas cabecinhas. Agora, não posso deixar de registrar que essa não é uma tarefa fácil. Em primeiro lugar porque a gente nunca sabe exatamente o que apresentar e como apresentar para que a aula surta esse tipo de efeito. Depois que, mesmo que soubéssemos, ainda tem a questão de encontrar novos exemplos e tempo para desenvolver aulas deste tipo, o que não é nada simples também. Claro que a experiência é a chave para isso e devemos nos manter alerta, sempre buscando uma aula interessante.
Olá Guilherme … então com relação a “bagunça” na aula acredito que todos passamos inicialmente por esta situação. O professor também interveio, no meu caso, numa aula devido a este fato. E o professor também deixou a vontade para trabalhar, cobrar e chamar a atenção dos alunos se for necessário. Com relação ao uso das mídias há um bom laboratório de informática. Utilizei este local para as aulas em que trabalhamos mídias (interativas) ou sua apresentação. Fiz uso do projetor, mas no período noturno quem chegar primeiro leva e instala. Não usei filmes e ou vídeos. Tinha possibilidades porém tentei usar mais a mídia interativa. Tínhamos aula de leitura e tentei abordar um pouco da história da ciência. E daquilo que o Jairo comentou realmente é complicado motivar o aluno. O uso da matemática se faz essência mas para estudar os conceitos necessitaríamos de mais tempo para as aulas. Quando se leva o projetor para a sala, realmente há um desgaste pois até montá-lo, abrir a mídia e “conectar” o aluno na aula logo já muda de aula. São questões que temos que nos adaptar constantemente, até que se aumente o número de aulas ou o seu tempo de duração.
É Maurílio, a bagunça é complicada mesmo. Mas concordo com a Marinês quando, na crítica que fez após assistir minha aula, ela destacou que a bagunça pode ser minimizada com mais planejamento (aquela aula foi pouco planejada mesmo). Além desse, existem outros fatores que considero relevante: conhecer a turma, conhecer a escola, conhecer e usar de psicologia adolescente etc. Enfim, o estágio é isso. Acredito que não se formam professores sem o contato direto com a escola, a sala de aula, a turma e a bagunça. A disciplina é Física e Física é uma ciência. Mas desenvolver uma aula atraente, conquistar os alunos e prender-lhes a atenção fazendo-os aprender vai muito além da ciência!
Sobre a questão do uso de mídias eu concordo contigo que ficaria bem mais fácil se o projetor, caixas de som etc já estivessem instalados na sala. Infelizmente essa ainda não é a realidade brasileira tendo em vista que poucos são os equipamentos – neste caso, seriam necessários um para cada sala – e lamentavelmente deixar equipamentos eletronicos nas salas de aula seria o prelúdio de uma desgraça visto que lá na escola em que leciono nem mesmo a caixa do apagador dá para ficar fora do armário.
O Jairo comentou sobre a minha sala ser do tipo “ambiente”. Eu nunca havia escutado este termo. O fato de cada disciplina possuir sua própria sala é pra mim uma vantagem. Isso abre a possibilidade de o professor possuir diversos materiais guardados no armário da própria sala. Eu, por exemplo, adoro as aulas do Walter Lewin, um professor universitário americano que constroi diversas engenhocas em sala de aula para conquistar a atencao dos alunos. Aquilo só é possível porque a sala é de Física e não entra nenhum outro professor ali, mesmo porque experimentos na sala podem agir contra uma outra disciplina por passarem a ser considerados elementos distratores.
Se as coisas estivessem pré montadas e à mão, as aulas renderiam mais, bem mais. Como tu mesmo mencionaste, o tempo é curto. E, se depender do aluno, a aula passa enquanto voce monta a parafernalha e eles ficarão só no papo. Cabe ao professor tomar medidas para agilizar o maximo e reduzir este tempo que é perdido para o ensino. Se o curriculo nos tira minutos preciosos para essa disciplina que consideramos tão importante é nossa responsabilidade reduzir o desperdício de tempo.
Boa noite Guiherme!
Os alunos estão desmotivados para assistir qualquer aula, desde que o professor procure algo que chame a atenção dos alunos. Li que você utilizou a mídia como recurso durante suas aulas. Creio que a tecnologia em algumas parte vem nos favorecendo, quando nos fornece tais recursos como: projetor, quadro digital, internet, esses recursos são valiosos quando o professor sabe fazer o uso dos mesmos. Portanto, a uma quebra de rotina visual do aluno, sendo antes um quadro e giz, e agora algo não tão utilizado como slides. Durante o meu estágio percebi que o aluno é “carente” dessas aulas, o questionamento aumenta, e a discussão é prolongada até o entendimento do conteúdo.
Concordo Clarice. A meu ver os alunos são, em geral, carentes por aulas mais dinâmicas sim. O professor desse ultimo estágio é bem tradicional. O próprio professor de informática me contou que o professor de física nunca utilizou a sala de computadores alem de que não se recordava da última vez em que ele havia pedido para que fosse instalado o projetor em sala de aula. Ele ficou até curioso quando eu disse que precisaria da sala de informática para uma das aulas pois não imaginava o que os alunos pudessem fazer ali que tivesse a ver com física. Ele até pensou que se tratava de uma pesquisa, busca no Google etc. Quando viu que utilizávamos simuladores Java para simular efeitos físicos de Fisica Moderna até ele proprio se interessou. Achou bacana as simulações e os conceitos envolvidos.
Muito interessante Guilherme estes comentários sobre os alunos desmotivados… E é uma constante em muitos lugares, alunos desmotivados que desmotivam professores e vice versa, não vamos falar aqui dos culpados e das vítimas….
E sim podemos pegar o seu último comentário, de que o professor da sala de tecnologias disse que não imaginava que poderia ser utilizada a sala de tecnologias para a física, e que seria no máximo uma pesquisa no google… Essa constante de ir para informática e fazer pesquisa no Google é utilizada por muitos professores, quando fala-se em aulas diferenciadas, uso de tecnologias, professores mais antigos não utilizam data show, muito menos vão se meter a usar simuladores, aplicativos… Professores também tem dificuldades,e para melhorar isso o próprio professor tem que se aperfeiçoar, assim como os médicos fazem, os engenheiros e etc…. Então, nós que estamos chegando em sala de aula agora recebemos comentários assim
— Você faz essa aula aí porque tá começando quero ver daqui uns 15 anos.
– Não adianta fazer nada que eles não vão se importar…
Entre outras falas… E quando ouvimos isso devemos tentar aos poucos dar dicas para professores mais velhos e até para os novos que já começam desmotivados, sem perspetivas…
Por isso Guilherme, tente não tomar como exemplo professores antiquados e tradicionalistas, seja um professor que pense nos alunos e os faça ter vontade de aprender os conhecimentos físicos e não apenas as fórmulas matemáticas sem ter aprendizado conceitual!!!Boa sorte nesta caminhada!!