semana de 11/03 a 15/03
mar 14th, 2013 | By Roberto Thomazelli | Category: Diário de Campo12/03 – Assisti a mais duas aulas na mesma turma do terceiro ano. Como na semana passada, não foram passados novos conteúdos. O professor passou de dupla em dupla de alunos, para verificar os seus cadernos de apontamentos e resoluções dos exercícios. Verificou também quem já tinha colado a tabela de prefixos para potências de 10 e o alfabeto grego, que ele já tinha pedido nas duas últimas aulas. Penso que estava avaliando os alunos.
O professor continuou corrigindo a mesma lista de exercícios sobre a Lei de Coulomb (cada vez mais complexos, como era de se esperar). Deteve-se longamente em um problema particular, no qual constavam (em um esquema de um quadrado de 1 metro de lado) 4 cargas nos cantos do quadrado, todas de 6 Microcoulombs. Duas cargas positivas na parte superior e duas cargas negativas na parte inferior. No centro do quadrado “colocou” uma carga positiva de 2 Nanocoulombs. O objetivo era verificar a interação que ocorria entre as 4 cargas nos cantos do quadrado e a carga no centro.
O professor desenhou o esquema deste problema no quadro. A resolução deste problema foi muito discutida pelo professor com os alunos, pois aparecem 4 forças (duas a duas) em diagonal para baixo, e para a esquerda e para a direita. As duas forças que vão em diagonal para baixo e para a esquerda fazem um ângulo de 90º com as duas forças que vão em diagonal para baixo e para a direita. E a força resultante aponta diretamente na direção vertical.
O professor insistiu que os alunos prestassem bastante atenção no desenho esquemático do problema. Relacionou a geometria Euclidiana com este problema explicando como se obtinha a distância entre as cargas e explicou também que se fizessem o desenho direito, perceberiam a formação de triângulos retângulos e a possível aplicação do teorema de Pitágoras. Percebi que os alunos tiveram dificuldade na resolução deste problema, que foi longamente explicado pelo professor e os alunos copiaram.
Este problema consumiu quase que uma aula inteira, então não sobrou muito tempo para outras explicações. Além disso, houve duas interrupções: Uma, quando um funcionário pediu licença para adentrar na sala e explicar o procedimento que os alunos deveriam adotar se chegassem atrasados (assinar um determinado papel na secretaria e entregar ao professor). E a outra interrupção ocorreu, mais no final da aula, quando o professor começou a combinar com os alunos uma futura viagem que fariam no segundo semestre, para Minas Gerais, a fim de testemunhar a atração magnética que a Terra exerce em automóveis, em ladeiras nas quais os carros aparentemente sobem sozinhos.
Então, pode-se afirmar que as duas aulas foram praticamente consumidas na resolução de um único problema. O ponto positivo foi a excelente explicação do professor e o excelente desenho esquemático que ele fez, reiterando aos alunos, que este procedimento representa 75% da resolução. Esse ponto os alunos aparentemente entenderam bem, pois quando eu estava fazendo o meu rascunho para o exercício, (bem tosco por sinal) uma aluna me deu “uma bronca”, dizendo que meu desenho nem parecia um quadrado. Aceitei na boa a observação e disse que ela estava correta, que meu desenho estava ruim mesmo, e que eles deviam seguir a orientação do professor.
14/03 – Neste dia passei na Secretaria e conversei com duas funcionárias que ali estavam. Fiz algumas perguntas gerais sobre a escola. Esta escola não tem Laboratório de Ciências, então a parte prática das disciplinas de ciências fica a cargo da criatividade dos professores, e de sua capacidade e interesse em apresentar experiências fáceis de se fazer.
Elas disseram ainda que quando há falta de professores por algum motivo (licença médica, etc…), os alunos não são dispensados. Eles ficam fazendo alguma atividade na escola. “Antigamente” os alunos, nesse caso, eram dispensados, mas atualmente isso mudou.
A escola possui uma sala de informática. Eu dei uma passada nesta sala e vi muitas crianças “trabalhando” nos computadores.
O assunto “merenda escolar” também foi trazido à tona. Todos os alunos tem acesso à alimentação, desde os do ensino fundamental até os do ensino médio. Eles fazem refeições em horários diferentes, no recreio. Primeiro os alunos do ensino fundamental, depois os alunos do ensino médio.