(G1) ESTÁGIO SUPERVISIONADO C: DIÁRIO DE CAMPO (AULA A AULA)

jun 14th, 2014 | By | Category: Diário de Campo

16/04 3ª SÉRIE 3002 (DUAS AULAS) – Depois de conversas com os professores orientadores do estágio e com a professora supervisora, chegamos ao consenso de que meu tema de investigação partiria em cima dos conteúdos de Eletrodinâmica. Porém, antes seria necessário finalizar força elétrica e campo elétrico. Nesse dia, eles tinham uma avaliação (prova) referente Lei de Coulomb que deveria durar uma aula. Porém, a avaliação excedeu esse tempo e, o tempo restante da aula me serviu para enunciar/trabalhar o conceito de campo.
Acredito que campo elétrico é um conceito físico difícil de entender e ainda mais, de explicar. Usei uma analogia (embora não seja o tema da minha proposta) para explicar o que é um campo. Comparei ao campo gravitacional da Terra, e procurei passar que um campo é uma região do espaço onde ocorrem fenômenos que obedecem a algumas leis. Por exemplo, em uma determinada região próxima a Terra os corpos são atraídos em direção ao centro da mesma. Utilizei ímãs e o campo magnético também como analogia (foi importante frisar a diferença entre cargas opostas/iguais e pólos opostos/iguais, pois de experiências passadas; o aluno tem a tendência a tratar como a “mesma coisa”).Assim, expus que isso também ocorre com as cargas elétricas, ou seja; há um campo elétrico (uma região nas mediações das cargas) onde ao aproximarmos outras cargas, ocorre fenômeno que obedecem as leis da eletrostática.

23/04 3ª SÉRIE 3002 (DUAS AULAS) – Quando cheguei na escola,a professora me avisou que iria aplicar a recuperação paralela porque grande parte da sala havia ido mal na prova da semana anterior(direito do aluno de acordo com a Resolução 158 em seu artigo 6º § 1º).Mais uma vez, a prova excedeu o tempo de uma aula o que, novamente; me deu apenas alguns minutos para continuar trabalhando com campo elétrico. Eu tive que recapitular o conceito de campo, até porque alguns alunos não compareceram a última aula. Nessa aula, cheguei a representação das linhas de força de uma carga positiva e da carga negativa. E comecei a explicar a equação de intensidade de campo elétrico (não consegui ir muito longe). Observei que a analogia que eu utilizei na semana passada com ímãs; comparando a força com a distância;foi lembrada e utilizada pelos próprios alunos para fazer a relação matemática entre campo e distância.

30/04 3ª SÉRIE 3002 (DUAS AULAS) – As aulas não serão aplicadas devido ao Conselho de classe que ocorrerá nessa data.

07/05 3ª SÉRIE 3002 (DUAS AULAS) – Quando cheguei na escola os professores não estavam em sala devido a um “imprevisto”ocorrido.Fiquei uns 10 minutos esperando voltarem para poder começar minha aula, como ninguém havia chego até então; resolvi colocar os alunos em sala de aula e começar sem a professora supervisora.
Retomei de onde havia parado com Campo elétrico. Discutimos e resolvemos juntos um exercício que tratava somente dos vetores campo elétrico e , força elétrica. No começo, houve um pouco de confusão mas, depois eles já participavam e respondiam corretamente. Me pareceu que, embora eles já tivessem estudado Força Elétrica, ainda não viam a grandeza vetorial (tanto que me questionaram o que era a seta, quando eu usava a notação para o vetor); apenas trabalhavam com a intensidade da mesma.
Deduzimos juntos também, a equação da intensidade do campo elétrico e relacionamos a proporcionalidade entre a quantidade de carga e, como a intensidade decresce com o aumento da distância. Nessa hora, eles utilizavam para entender o exemplo do ímã e, se referiam aos pólos do mesmo não como pólo Norte e Sul mas como, pólo positivo e negativo.
Eu havia até comentado em uma vídeo conferência que me preocupo muito em usar algumas analogias devido a essas confusões que o aluno acaba tendo, como confundir os pólos de um ímã com o sinal das cargas elétricas.
Exercitamos mais dois exercícios simples, com apenas o cálculo da intensidade. Eu, particularmente; gosto de tratar com o método cartesiano, do mais simples ao mais complexo. Então seguiu assim, primeiro trabalhar somente vetores; depois somente o cálculo da intensidade (um dos exercícios eu variava a distância, sem variar a carga para que eles pudessem “enxergar” como variava a intensidade do campo) e, por último mas, ainda não consegui finalizar, era trabalhar o campo elétrico em um ponto, criado por várias cargas; para que eles pudessem ao mesmo tempo trabalhar com a intensidade e o vetor.
Obs: No final da aula, acho que último 15-20 minutos a professora entrou em sala.

14/05 3ª SÉRIE 3002 (DUAS AULAS) – Para que eu pudesse investigar a contribuição da História e Filosofia da Ciência para o ensino de Física,eu precisava estabelecer um referencial. Então nessas duas aulas, lecionei campo elétrico de uma forma considerada tradicional. Utilizei novamente uma analogia ao campo gravitacional da Terra para que eles pudessem entender o que era um campo elétrico e, dei a eles uma lista de exemplos de cálculo da intensidade do campo elétrico e fui, juntamente com eles; resolvendo cada exemplo.
Criei uma lista de exemplos cartesiana, partindo do mais fácil para o mais difícil (campo criado pela ação de várias cargas). Por incrível que pareça ou não,eles se mostraram bem interessados na resolução dos cálculos (registrado em vídeo a participação).
Porém faz-se necessário e,esse também é o foco da investigação, a análise qualitativa do conhecimento adquirido. Se nos basearmos em aprender a calcular a intensidade do campo elétrico sem saber o que estamos fazendo; nossa ciência se resumiria a matemática.
Uma pergunta bem interessante surgiu durante a resolução dos cálculos e também serviu de motivação para a próxima aula (que vamos falar de HFC para contribuir no aprendizado qualitativo do aluno): “Professora, o que é a intensidade do campo elétrico? É tipo a força?”

P.S.: Ao final da aula, entreguei uma atividade com conceitos e cálculos de intensidade de campo elétrico e, um questionário onde eles analisavam o que consideravam mais importante em uma aula de Física.

21/05 3ª SÉRIE 3002 (DUAS AULAS) – Utilizei essas duas aulas para a discussão com os alunos sobre campo elétrico, sob uma perspectiva mais qualitativa. Com um questionário, que foi retirado de um artigo que incentiva a introdução da História e Filosofia da Ciência no ensino de Física, fui questionando os alunos e juntamente com eles formulando o que seria o campo elétrico.
Observei que eles sabem o que é um campo, muitos associam o campo elétrico como aquele criado por uma carga e, quando chegamos na ideia de campo magnético, uma observação feita por um dos alunos, contribuiu para uma comparação melhor, ele dizia referente a um ímã:
“existe um ponto (fazendo referência as proximidades do ímã) que você observa que existe algo ali.”
Questionei : “E como você verifica isso? Apenas olhando?”
Ele me responde: “Não, precisa colocar um outro ímã ou pedaço de ferro para poder sentir.”
Então lancei : “E essa força que você diz sentir, é causada pelo ímã ou pelo corpo que você aproxima? Se retiramos o corpo, essa força (campo) deixa de existir?”
Alguns alunos diziam que sim, outros que não. Então foi realizado a experimentação da limalha de ferro, para que pudéssemos enxergar as linhas de campo criadas pelo ímã.
Passei a aula toda concentrada nas concepções dos alunos, porque sabe-se que não é simples tarefa conseguir modificá-la se esta não estiver de acordo com as explicações da Ciência. E sabendo disso, consegui trabalhar um pouco dos aspectos da História e Filosofia da Ciência com eles, entre estes:
• Uma teoria não é descartada simplesmente porque foi derrubada, existem aspectos mais fortes que implicam na aceitação da mesma como, por exemplo; muitas teorias perduraram por tempo por serem mais simples de serem explicadas ao senso comum;

• A construção do conhecimento não se dá de forma linear. Linearizá-la consiste em uma ciência a – histórica, e um erro grotesco a HFC;

• Não existe um método irrevogável na construção da Ciência.
Considerei estes três aspectos para conversar com eles pelos seguintes motivos:
1. Mostrar como é importante para o professor conhecer as concepções que eles possuem sobre determinado fenômeno. Que pensar de maneira diferente ao que realmente o fenômeno propõe, não significa não ter conhecimento. Aliás é uma parte importante do ato de aprender e que, pode levar tempo sim. Muitas coisas, por muito tempo, permaneceram sendo acreditadas porque eram mais aceitas pelo senso comum; tinham mais lógica.
2. Com um artigo de História e Filosofia da Ciência coloquei para eles como foi designado o campo elétrico, as experiências realizadas; a contribuição de cientistas que não são lembrados e por fim; que não existe uma receita para estudar, conhecer um fenômeno. Que observações teóricas , empíricas, comparações com modelos; tudo isso pode ser ferramenta para a construção do conhecimento.
É claro que depois de levantar essas questões, a discussão foi até além do conteúdo de eletricidade, eles mostraram ter sua opinião e curiosidades sobre a História e a Filosofia da Ciência em outros ramos como, Mecânica. Pergunta de “Como foi verificado?” Por que não foi aceito? “Quem realizou?” Como realizou?” “Baseado em que constatou?”, surgiram. Isso me revelou as dúvidas internas do aluno, digo internas porque geralmente não aparecem na aula. Ou seja,eles tem sim interesse em saber o que estão estudando, o que representa aquela equação apresentada no quadro, por que devemos aceitá-la.
Por fim, acredito na seguinte análise: o aluno não confia em suas concepções e mal acredita que elas possam ser parte do processo de ensino-aprendizagem mas, com certeza eles possuem interesse nos processos, ou aspectos que contribuíram para a construção da Ciência.
Com amadurecimento e estudo anterior, é possível que introduzir História e Filosofia da Ciência nas aulas de Física contribuirá sob o aspecto qualitativo do entendimento perante o fenômeno estudado.

28/05 3ª SÉRIE 3002 (DUAS AULAS) – Nessas aulas comecei a introduzir o conceito de corrente elétrica. Na verdade, não fui eu quem introduziu. Com uma lampadazinha de LED ligada a um fio condutor e, conectada a uma pilha; fui perguntando a eles “ Por que a lâmpada acende?” . A grande maioria da turma ,mencionou a corrente elétrica. Conectando as duas pontas do fio ao mesmo pólo, a lâmpada não acendia, questionei-os o por quê e, não souberam me dizer.
Então, antes de eu apresentar o meu modelo; propus que eles mesmos criassem um modelo de corrente elétrica; o que acontecia para que a lâmpada acendesse. Também pedi que desenhassem o modelo atômico do átomo. Pareceram não entender a ligação entre uma coisa e outra. Além disso descobri, que quase toda a turma não conhecia a estrutura do átomo.
Um fato muito interessante é que, também; quase todos os alunos da sala acreditavam que a pilha armazenava elétrons que seriam conduzidos pelo fio até chegarem a lâmpada.
Então, apresentei a eles o meu modelo de corrente. No modelo que apresentei a eles, faço a comparação de um circuito de água com um circuito elétrico. Através desse modelo, pudemos associar que para existir corrente deveria existir a diferença de potencial, que no modelo do circuito de água aparece como o desnível do reservatório. Associando a bomba de água com a pilha, fui mostrando que não é a pilha que armazena os elétrons da corrente e sim, que ela é um gerador de energia (também explicitei que não se gera energia, apenas transformamo-na).É a energia química, proveniente da reação química que acontece dentro da pilha que dá o movimento dos elétrons da corrente. Não foi algo tão facilmente aceito por eles. Eles acreditavam que quando a pilha acaba, é porque os elétrons ali dentro acabavam. Então tive que mencionar que são os reagentes responsáveis pela reação que se esgotam.
Se não é na pilha que ficam os elétrons, de onde eles vem então? Aí tive que dar uma prévia sobre o modelo atômico, assim como as camadas e a distribuição eletrônica do átomo. Então, utilizando desse modelo; expliquei condutores de uma maneira diferente sob o ponto de vista da estrutura atômica destes para que eu pudesse chegar aos elétrons livres desses materiais.
Também, tive que recorrer a História para explicar que, embora ao fim do modelo; tenhamos definido a corrente elétrica como o movimento ordenado de elétrons devido a uma diferença de potencial; o sentido da mesma, por erro histórico; era o sentido contrário dos elétrons.
Passei um texto que explicava o por quê de os passarinhos não levarem choques nos fios. Eles pareceram gostar muito e, conseguir associar com o que havíamos falado sobre diferença de potencial.

04/06 3ª SÉRIE 3002 (DUAS AULAS) – Mal entrei em sala e os alunos pareciam relembrar o que havíamos trabalhado na aula anterior. Ainda existia a não aceitação de que os elétrons da corrente provém do próprio material condutor do fio mas, vejo isso como um ponto positivo. Explico. Segundo características da natureza da Ciência, por muito tempo algumas concepções erradas perduraram por serem mais compreensíveis (parecerem fazer mais sentido) ao entendimento leigo (esse tópico da natureza da Ciência foi discutido com eles em sala). Nós, docentes; sabemos que não é simples derrubar uma concepção prévia e pelo jeito, bem arraigada mas; se eles trouxeram a tona essa questão , acredito que significa que começaram a pensar sobre.
Outra coisa que aconteceu e que me deixou satisfeita foi que uma aluna trouxe uma pilha e uma espécie de “motorzinho”. Ela conectava o motorzinho em pólos diferentes da pilha e em pólos iguais, querendo me mostrar que compreendeu a necessidade da diferença de potencial para que houvesse corrente. E, um aluno próximo a ela comentou as transformações de energia. Dizia ele: “então a energia da reação química “gera” corrente e transforma na energia mecânica do motorzinho… é isso?” Claro que eles nem sempre usam as expressões corretas mas nós ,professores; no contexto entendemos o que eles querem dizer e analisamos a evolução no aprendizado.
Enfim, essa turma é uma turma que se preocupa muito com o cálculo das grandezas então, eu não podia deixar de ensiná-los a calcular a intensidade da corrente elétrica. Apresentar o modelo foi indispensável nessa turma, que tem como característica a preocupação com a física matemática mas que, a meu ver; muitas vezes pareciam não compreender aquilo que “calculavam”. E isso faz com que a aula de Física seja apenas matemática.
Então, me utilizei de uma espécie de modelo também para calcular a intensidade da corrente elétrica:
“Suponha que os veículos tenham, em média, 2 toneladas de massa cada um. Se a estrada tiver 3 faixas de rolamento e, em cada faixa, passarem 2000 veículos por hora, qual é a quantidade de matéria que atravessa um trecho da estrada em ton/h?”
Responder a essa pergunta, para eles, me pareceu muito simples. E não foi só a utilização do cálculo mas, o entendimento da questão, a lógica.
Então começamos a falar dos elétrons, que para que houvesse a energia precisava receber a carga. Então de onde vem essa carga? Relembramos a carga elementar. E foi a partir dessas indagações chegamos a equação da corrente elétrica. Realizei exemplos no quadro mas, percebi uma autonomia deles em resolverem sozinhos. Isso, a meu ver, demonstrou que houve uma compreensão no contexto, a equação é simples mas, exige uma lógica.
Perguntei se eles conheciam qual era a unidade de corrente elétrica ou, o que era o C/s, eles me responderam que não. Mas, quando falei em Ampére demonstraram já terem ciência dessa unidade. Também discutimos algumas intensidades de corrente tipo, “1 A é uma corrente alta?”. Então, mostrei a eles a mínima intensidade de corrente que causaria a morte de um ser humano e também discutimos “o que mata, é a corrente ou a tensão?”
Enfim, esse foi meu último dia de estágio. Me prolonguei por causa das quatro primeiras aulas praticamente perdidas devido as avaliações que eles estavam fazendo com a professora titular deles. A sequência de conteúdos também foge daquela que apresentei no meu planejamento mas, ser professor também é isso ;adaptar-se a acima de tudo preocupar-se com sua contribuição na construção do conhecimento do seu aluno. Não consegui chagar em resistores mas, fiquei satisfeita com o resultado.
P.S.: No dia 11/06 , fui até a escola para entregar as avaliações que fiz com eles (colocarei em anexo no meu relato). Avaliações que procurei fazer de maneira diversificada, com conceitos descrito por eles mesmos, cálculo de grandezas, relações ou seja;procurar avaliar a compreensão de um modo qualitativo. Fiquei muito satisfeita com o resultado e a professora supervisora também. Ela disse ter ficado surpresa com o bom desempenho deles.

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2 Comments to “(G1) ESTÁGIO SUPERVISIONADO C: DIÁRIO DE CAMPO (AULA A AULA)”

  1. Simone Sobiecziak disse:

    Olá Camila!
    Li suas descrições de aula, e tenho alguns questionamentos:

    - primeiro: você não pensou em preparar suas aulas sobre eletromagnetismo primeiro com a parte da corrente elétrica que é um assunto que eles já “entendem”, e que é mais “palpável” e depois passar para os termos mais abstratos como campo elétrico? Uma vez fizemos um trabalho sobre esse embasamento que os livros didáticos trazem que trata primeiro da parte abstrata e depois da parte mais prática, e chegamos à conclusão que não há necessidade e nem obrigatoriedade de ensinarmos primeiro a parte mais difícil e deixarmos os alunos traumatizados ou não gostando da matéria. E que se ensinássemos primeiro a parte que eles conhecem mais, depois os ensinamentos abstratos seriam melhor entendidos. Então, me perguntei aqui, se você pensou sobre isso antes de preparar suas aulas ou se simplesmente seguiu algum plano pronto.

    - e por segundo, eu não entendi bem, qual o objetivo de você trabalhar HFC nessas aulas. Você estudou a história da eletricidade para ensinar aos alunos? Que tipo de textos você repassou a eles? Baseada em que, você trabalho as concepções da natureza da ciência com eles? Pergunto isso, porque você comentou em outra postagem que quase não achou material, então gostaria de saber como você trabalhou a HFC com os estudantes. Me interesso por isso, porque é realmente o meu tema de estágio.

  2. Camila Nart Gonçalves disse:

    Então,primeiramente o meu planejamento foi assim baseado nem tanto porque seguimos a linha didática do mais difícil para o mais fácil. O que acontece é que também trabalhei com modelos então, dediquei a cada assunto um tema. Para corrente trabalhei com um modelo de corrente e, para campo elétrico que é mais abstrato trabalhei com HFC. Respondendo ao objetivo de trabalhar com HFC nessas aulas está justamente baseado no meu artigo de referência, trata-se de um conceito muito abstrato e pior, que muitos alunos não tinham a mínima noção do que era. Porém, pelo próprio artigo; utilizei as comparações de campo elétrico com campo magnético porque de certa forma fica “um pouco menos abstrato”. Tanto é, que os alunos deram suas contribuições em sala sobre campo magnético. Claro, que eles se utilizam de uma linguagem particular mas; quem está do lado docente consegue filtrar e identificar que há uma concepção. Então esse questionário foi feito para enxergar o que eles já conheciam, as associações que eram capazes de fazer e assim, diante desse conhecimento me utilizar da HFC pra introduzir aquilo que eles não sabiam. Eu havia citado no meu artigo de referência a dificuldade em encontrar trabalhos de HFC nessa área mas, encontrei um (indicado pela Anabel) que foi meu guia nessas aulas. E se você quiser conferir, lá no meu artigo; ele realmente consta pouca História mas, dá uma grande ênfase na investigação de pré concepções. Eu estudei a HF na parte de campo elétrico e, passando para eles essas informações eu buscava juntamente com os mesmos; buscar semelhanças naquilo em que eles me falaram no questionário inicial e o que a História apresentava. Quanto trabalhar em si com as características da natureza da ciência, isso veio depois. Não era meu foco principal mas,no decorrer da aula mediante a um conceito onde aparece a contribuição de cientistas que eles nunca ouviram falar; eu puxei esse assunto : “Como a Ciência é construída?”. Até para mostrar para eles mesmos, que lá no início da aula tinham medo de errar que a Ciência não é algo irrevogável e absoluto, que teve várias contribuições,que teorias não são simplesmente derrubadas se imediatamente for comprovada uma outra. .. Mas, isso não era a ênfase da minha investigação; mas valeu a ´pena comentar em sala porque acredito que todo aluno tem essas dúvidas para si tanto quanto o mito da “Ciência que não erra.”

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