O ensino da Mecânica observado na escola

mar 31st, 2013 | By | Category: Reflexões

Segundo minhas observações das aulas de física de uma turma de primeiro ano do ensino médio de uma escola pública,  onde percebo que o professor não tem muitos recursos disponíveis para ministrar suas aulas, por exemplo, é usado o livro didático com os alunos, mas como nesta escola há aulas nos três períodos (matutino, vespertino e noturno) com umas cinco turmas de primeiro ano distribuídas nesses períodos, ocorre que não tem livros o suficiente para que todos os alunos levem para casa para estudar, dificultando o trabalho do professor e tornando o aprendizado mais complicado por ocorrer somente na escola.
Por se tratar de uma turma de primeiro ano, os conteúdos programados para  essa série envolve os conceitos da mecânica (dividida em cinemática, dinâmica e estática), onde o professor começou explicando os conceitos básicos de cinemática (Referencial, movimento, repouso, ponto material, trajetória), mostrando como um corpo pode estar em movimento para uma pessoa e em repouso para outra, continuando o conteúdo partiu para: movimentos progressivos e retrógrados,  deslocamento escalar e distância percorrida, intervalo de tempo, velocidade média e exercícios desses conteúdos até o momento. Ao terminar de explicar os conceitos básicos da cinemática o professor resolveu fazer uma pequena prova com os alunos contendo apenas 4 perguntas teóricas, a fim de verificar o aprendizado. Nas aulas subsequentes, o professor continuou explicando o conteúdo seguindo o livro, e os conceitos apresentados no livro, sendo que sempre depois da explicação, ele passou no quadro o resumo ou mandou que copiassem no caderno, para que possam estudar depois, em casa, já que não levam o livro consigo.
Ao explicar os conteúdos, o professor sempre faz indagações aos alunos a fim de fazê-los compreender o significado do  conceito estudado, e os alunos sempre respondem prontamente às indagações, são bem participativos na sua maioria.
Percebi que  ao chegar no cálculo da velocidade média, quando foram resolver os exercícios, a maioria dos alunos teve dificuldades na matemática, principalmente na conversão das unidades de medida de comprimento e tempo, e o professor foi prestativo, pois sempre voltou e explicou várias vezes para a turma  até que todos compreendessem.
Outro fato observado que chamou a atenção foi a permissão do uso da calculadora nas aulas de física. No meu ponto de vista não deve ser permitido, pois quando o aluno vai fazer o vestibular, o enem ou até mesmo qualquer concurso público,  ele não pode usar calculadora.
Percebo que a turma tem uma certa dificuldade na matemática, o que  dificulta um avanço do conteúdo,  porque penso que talvez se o aluno pudesse levar o livro para casa ele  poderia treinar algumas atividades,  fixando melhor o conteúdo. Outro fato que vejo que também prejudica é que suas duas aulas semanais ficaram separadas, e ainda na sexta-feira é aula de 38 minutos, pois são 6 aulas devido a aula de ensino religioso.

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5 Comments to “O ensino da Mecânica observado na escola”

  1. Jairo Nunes dos Anjos disse:

    Olá Patricia, boa noite.
    Analisando as aulas por você comentadas, vejo que as mesmas são ministradas com muita “pobreza” em se tratando de inumeras alternativas a tanto debatidas no decorrer do curso. Então vejo que há algumas alternativas que poderiam ser trabalhadas em sala de aula, visto que o livro texto como você assim citou, além de não ficar com os alunos é caracterizado como uma fonte de informação limitada, no entanto é a unica ferramenta a que as escolas disponibilizam para os alunos.
    Então, não há a possibilidade de o professor acrescentar algo como pequenos videos que relacionam o tema em questão, trazendo uma forma diferenciada de os alunos entenderem o que estão estudando, e outra questão a que se poderia fazer uso com mais frequência seria de textos com ilustraçãoes, onde os mesmos poderiam ser utilizados paralelamente ao livro didático,e ainda como uma fonte de dados concretos ele poderia trabalhar com carrinhos de controle remoto para faciliatr o entendimento dos alunos, tendo em vista que o mesmos conseguem assimilar com maior facilidade o que conseguem mainipular, e ainda fazer uso de computadores em algumas aulas.

    • Patrícia de Souza Oliboni disse:

      Jairo, realmente as aulas que observo não são muito substanciais, mas vejo que há uma falta de recursos nesse caso, que seriam o fato de os alunos não puderem levar o livro para estudar em casa, o fato do professor não ter cópias o suficiente do xerox para poder levar um material complementar aos alunos ou até mesmo na realização de provas, levá-las digitadas. Mas apesar disso discordo de você quando diz que não há possibilidade de levar vídeos para a sala de aula, pois nessa escola há a disposição uma sala de informática equipada, com internet e uma sala de vídeo, com televisão, vídeo e Datashow, que poderiam ser recursos usados pelo professor para suprir a falta dos outros, e assim fazer uma aula diferenciada, mostrando ilustrações, vídeos e simulações que podem facilitar muito o aprendizado dos alunos. Claro que, por um lado, os próprios alunos tem condições de pesquisar sobre o conteúdo, pois todos têm o acesso ao computador e a internet senão em casa, mas na própria escola, o problema é que eles não tem tanto interesse quanto deveriam para pesquisar sobre o conteúdo e estar melhor atualizado.

      • Jairo Nunes dos Anjos disse:

        Boa noite Patricia.
        Vejo que em minha indagação ficou faltando um sinal de interrogação quando disse: Então, não há a possibilidade de o professor acrescentar algo como pequenos videos que relacionem o tema em questão.
        Acredito que todas as escolas do Brasil estejam equipadas com as ferramentas que você citou, na realidade o que esta faltando é interesse mesmo.
        Existe uma frase, onde o autor foi muito feliz em pronuncia-la: Estamos afogados em informações,mas porém sedentos de conhecimentos.
        Desta forma assim analiso como você, as escolas estão consideravelmente equipadas, e como o autor diz, o que esta faltando é o consumo da informação, e não a informação em si, ou a informação terá que ser inserida no aluno de alguma outra maneira até então não descoberta.
        Outro ponto interessante a que percebo, quando um aluno esta em frente a um computador, mais precisamente quando ele só tem acesso a esta ferramenta na escola, o que menos lhe interessa é a busca pela informação, e os que possuem um micro em casa, quase sempre optam por copiar/colar.
        Então deixando um pouco de lado as criticas aos alunos, vejo que as dificulades existem na educação, mas não podemos deixar de acrescentar o empenho dos profissionais da educação em se tratando de meios alternativos que supram as dificuladades encontradas, e neste meio tão logo podemos estar inseridos, e então seremos mais uma turma em busca de alternativas para a atual situação tão debatida no ensino fundamental e médio, que é o assunto a muito em questão.

  2. Diorges Evandro Guessi disse:

    Aplicar avaliações com caráter investigativo do aprendizado dos alunos é importante, ele serve de parâmetros para o professor avaliar quais as habilidades e dificuldades intrínsecas de cada aluno. Fazer uso do livro didático na minha opinião é ótimo, o auxilio de resumos de conteúdos explicados durante a aula aumenta também significativamente o aprendizado. Seria interessante em alguns momentos que os alunos produzissem seus próprios resumos, como sugestão também que o professor aplicasse algumas aulas práticas como por exemplo o uso de um brinquedo o autorama para motivar os alunos, lógico na medida do possível.
    Sobre o uso de calculadora, não podemos ser completamente restritivos, pois pesquisas demonstram que a calculadora pode se tornar um recurso didático em sala de aula desde que usado de forma sistemática e não para cálculos simples de forma corriqueira. Pesquisando na internet encontrei um artigo interessante com o título: “O uso de calculadora em sala de aulas nas controvérsias entre professores”, nele consta uma pesquisa de opiniões efetuada com professores do IFET-RP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais Campus Rio Pomba), as respostas de seis dos oito professores foram favoráveis do uso de calculadora como recurso didático e que mais de 50% dos entrevistados citam como ponto negativo a preguiça mental com o uso das calculadoras. Quero deixar elucidado aqui que a calculadora é uma boa ferramenta a ser explorada em sala de aula desde que seu uso seja de forma proveitosa e não para efetuar operações matemáticas simples.
    Ao fazer indagações, dialogar, proporcionar pequenos debates com a turma, o professor gera aulas diferenciadas e quebra a rotina dos alunos, agindo desta forma ele consegue melhorar a compreensão dos alunos nos conteúdos ministrados. Talvez para os alunos superarem as dificuldades quanto a matemática seria interessante sempre que for trabalhar com assuntos novos usar alguns minutos da aula para revisar algumas modelizações matemáticas que serão necessárias para àquela aula, evitando assim problemas futuros.

    • Jairo Nunes dos Anjos disse:

      Boa noite Diorges.
      Então, em se tratando da educação penso da mesma forma que você, e tudo o que vier a somar para beneficio deste meio é bem vindo, muitas vezes as criticas são feitas, mas no entanto o autor se quer pensou na solução.
      De certa forma como esta se conduzindo a educação neste momento à visão de todos é que ela vai muito mal, sabemos que em partes a critica procede, mas vale ressaltar que os envolvidos nesta área jamais deixaram de lutar por melhorias no setor. Quando você cita a questão de leitura do livro didático e até mesmo um pequeno resumo realizado pelos estudantes, concordo que não há meio mais eficaz para se consolidar o aprendizado, ou seja, são velhos métodos que funcionaram muito bem a tempos atrás, e no entanto hoje não vem sendo aceito por nossos ilustrissimos e modernos alunos, que preferem copiar/colar inumeros textos da internet, a produzirem um pequeno resumo sintetizando idéias genuinas para o beneficio próprio.
      Na questão da calculadora, também concordo que é uma ferramenta indispensável nas aulas de cálculo, deste que saibam fazer uso da mesma, ou seja não basta saber as funções básicas, tem que ter vontade de ler e interpretar um tal de manual, questão esta em meu ver, esta se tornando complicada para parte dos educados, ou seja as informações estão disponiveis em todos os meios de comunicações, sejam elas cientificas ou não, o que esta faltando é ler um pouco mais.

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