Ondas, qual o problema?
abr 2nd, 2013 | By João Paulo Bedretchuk | Category: ReflexõesNas aulas que foram assistidas desde o dia 25/02 deste ano, o professor abordou conteúdos referentes a ondas mecânicas. Quando iniciei as observações algumas aulas sobre este assunto já haviam ocorrido e, portanto não consegui tantas informações sobre elas. Pelo que pude notar o professor abordou o conceito de ondas mecânicas, suas características e algumas grandezas envolvidas, como freqüência, comprimento de onda e velocidade da onda.
Na primeira aula (25/02) que presenciei, o professor levou para a sala de aula uma corda de aproximadamente 2 metros e, com o auxílio de uma aluna produziu uma onda ao longo dela para exemplificar os conteúdos trabalhados. Na segunda aula, ainda neste dia, aplicou uma avaliação referente aos conceitos abordados nas aulas realizadas até o momento.
Os conteúdos cobrados na avaliação envolveram grandezas como período, freqüência, velocidade de propagação da onda e comprimento de onda, assim como conceitos de onda, oscilação, cristas e vales.
Nas seguintes aulas o conteúdo tratado foi referente a ondas sonoras, onde o professor distribuiu um texto contendo definições sobre timbre, intensidade, freqüência sonora, entre outros. Após explicar os conceitos, o professor aplicou um questionário para verificar se os alunos compreenderam e, para exemplificar o que foi trabalhado, trouxe para a sala de aula um aparelho de som no qual reproduziu um cd que continha uma emissão de faixas de freqüências específicas.
Começando com uma freqüência de 1kHz e indo até os 20 kHz o professor foi passando as faixas de áudio que reproduziam as freqüências específicas de 1kHz, 2kHz, 3kHz, continuando na sequência até os 20kHz. Enquanto ia aumentando a faixa de freqüências o professor perguntava aos alunos se ainda conseguiam ouvir algo. Após explicar o que eram aqueles sons e porque em determinado momento não conseguimos mais ouvi-los, discursou sobre a perda de audição ao longo dos anos e, mencionando que ele não conseguia ouvir muito além dos 10kHz, enquanto a maioria dos jovens tem capacidade para ouvir até 18kHz.
Pode-se perceber, portanto, que as aulas são diversificadas e que os conceitos são apresentados sempre acompanhados por um experimento ou relacionados com fenômenos conhecidos pelos alunos, tornando o aprendizado bastante eficiente, pelo menos para uma parte da classe.
Porém, mesmo com todos estes artifícios, alguns alunos ainda parecem desmotivados e o desempenho de boa parte dos alunos ainda é baixo. Alguns não realizam as atividades propostas pelo professor e não lêem os textos que são incentivados a ler em seus livros didáticos.
Nos resta então questionar o que impede que alguns alunos aprendam ou se sintam motivados. Quais estratégias deveriam ser utilizadas? Seria o conteúdo referente a ondas mecânicas pouco interessante à realidade destes alunos? Falta problematização? Os alunos poderiam/deveriam participar mais ativamente das aulas? Qual é o problema?
Olá João Paulo! Fiquei responsável em comentar a sua postagem.
Pelo que você escreveu, as aulas que você está observando estão sendo interessantes, o professor utilizou algumas metodologias diferenciadas, e mesmo assim os alunos não demonstram interesse.
Acredito que a sua colocação da parte da problematização seria uma boa saída para que o professor pudesse tentar chamar mais atenção dos alunos.
Ou talvez ele pudesse propor algum tipo de experimento no qual os alunos tivessem contato direto com a prático, pois, pelo que você escreveu, somente o professor manuseou as práticas que levou para a sala.
Nesta semana estou um pouco desmotivada como professora, pois iniciei neste ano em uma escola na qual os alunos não possuem nenhum tipo de motivação, tentei várias metodologias, e não consegui alcançá-los, por fim, como última tentativa de tentar diagnosticar qual o maior problema deles para a vontade de aprender, propus que fizessem um texto com o título “sonhar não custa nada”, de maneira que, eles escrevessem que tipo de sonhos tinham para suas vias. Pensei que desta maneira eu poderia identificar qual é o problema destes alunos, que falaram diretamente para mim que vão à escola porque não obrigados e que não querem mudar de vida.
Então, levando em consideração o que você escreveu, me identifiquei com a situação, e se alguém mais quiser comentar por aqui ou nos dar sugestões, estou aberta, pois até hoje não consegui alcançar meus alunos nesta escola.
Olá Simone.
O fato de que alguns alunos ainda permanecem sem muito interesse no conteúdo, mesmo as aulas sendo abordadas de maneira diversificada, com exemplos práticos e até experimentos para demonstrar os fenômenos, é um tanto perturbador. O que penso é que talvez os conteúdos abordados não estejam se aproximando o suficiente da realidade do alunos.
Quanto a colocação de propor experimentos nos quais os alunos possam participar, penso que é uma idéia muito válida, pois talvez tendo contato direto com o experimento fiquem mais motivados.
O problema de motivação dos alunos parece ser enfrentado pela grande maioria dos professores. É difícil encontrar alunos auto motivados ou até mesmo dispostos a aprender física. Acredito que esta dificuldade possa estar atrelada a dificuldade que temos em propor novas metodologias e práticas de ensino, seja pela falta de motivação, incentivo, tempo, material ou outras condições.
Então João Paulo, andei pensando, e o que posso dizer, é que no mundo globalizado que temos, com internet à mão, jogos virtuais, televisão, e muitas outras coisas, os alunos chegam na sala de aula e encontram apenas um quadro com um professor escrevendo, então logicamente que dessa forma não conseguimos chamar a atenção deles.
A impressão que tenho, é que tudo mais chama a atenção deles, menos as nossas metodologia para ensinar. Ainda mais, como você comenta, quando o professor não pratica novas metologias de ensino.
Como o seu exemplo de postagem e como o meu exemplo, que mesmo com inovações, os alunos ainda não demonstram interesse, acredito que uma nova metodologia seja partir para o lado da tecnologia educacional, com simuladores, com o “modelus” que o professor Henrique nos passou e algo deste gênero.
Então esta seria mais uma ideia de saída para tentar chamar atenção desses alunos que não querem saber de aprender física.