Artigo: Os licenciandos frente a uma nova disciplina: ensino de física e inclusão social

abr 24th, 2013 | By | Category: Resenhas

Este artigo relata o trabalho desenvolvido por um grupo de licenciandos de Física engajados na busca por experiências e métodos aplicados a alunos com necessidades especiais.

 

A Educação Inclusiva é hoje tema de estudo e pesquisa na área da Educação Especial. Por conta da importância desta as disciplinas que visam a Inclusão Social estão sendo inseridas nos currículos de Licenciatura para que esses futuros professores estejam preparados para a problemática do ensino de Física e da deficiência.

As principais dificuldades apresentadas por eles referem-se à vinculação do conhecer e ensinar fenômenos físicos à observação visua e ao não rompimento com atitudes caracterizadas da pedagogia tradicional. Como alternativas alguns dos futuros professores elaboram meios de ensino táteis e auditivos e utilizam estratégias metodológicas de ensino dialógico-participativas.

A Inclusão e integração envolvem uma série de problemas desde a acessibilidade até a compreensão das aulas e o objetivo é sempre facilitar a compreensão, por parte de todos os alunos de uma turma do conteúdo estudado.

A metodologia de trabalho inclusiva gera uma série de questões a serem trabalhadas na sala de aula pelo professor junto a classe. Alguns temas propostos do ponto de vista teórico e metodológico necessária para seu desenvolvimento e apresentação de forma inclusiva.

É interessante para tanto a construção de aparatos experimentais relacionados com as áreas da Física, previamente definidas, de acordo com o problema e temas da aula.

Em uma das experiências feita pelo grupo (eletricidade e magnetismo) o aparato experimental consistiu na representação das linhas de campo elétrico, das cargas e do sentido de sua interação. Do ponto de vista do aparato experimental em si, as formas, cores e texturas utilizadas se mostraram muito favoráveis à compreensão tanto de alunos cegos, como de alunos com baixa visão.

No entanto, apesar da representação do aparato experimental ter sido considerada como a melhor, as alunas responsáveis pela apresentação não conseguiram responder a algumas perguntas feitas a partir do conteúdo da disciplina eletricidade e magnetismo. Esse fato revela uma certa ineficiência no método aplicado e revela que esta disciplina deveria ter sido cursada como pré-requisito para outras, sendo esta questão ressaltada pelos licenciandos: para facilitar inclusive, a construção dos aparatos experimentais no trabalho final.

As expressões-chave retiradas das falas dos alunos após as reflexões foram: a) preconceito; b) ensinar deficientes visuais; c) me coloco na posição deles; d) reflexão; e) preparação de aulas ; f) conteúdo que devo dominar e g) formação.

Na verdade o foco da questão está na preparação de aulas cujo conteúdo deve ser dominado pelo professor e adaptado aos alunos deficientes e cujas bases dos possíveis erros e acertos ocorrem devido à formação do docente.

Pode-se concluir que por parte dos estudantes há um desconhecimento prévio dos seguintes aspectos:

1) A existência de uma legislação que garante o direito ao portador de deficiência visual de frequentar a escola regular de forma inclusiva;

2) A existência da diferença entre alunos cegos e de portadores de baixa visão;

3) A possibilidade de ensinar física aos deficientes visuais;

4) A necessidade urgente de adequação do conteúdo de física e de sua apresentação para atender esses alunos inclusive com aulas experimentais e tomadas de dados.

5) Ainda há a crença, por parte dos estudantes, pelo menos no início da disciplina, que ensinar física a deficientes visuais é muito difícil, chegando alguns a considerar esta tarefa como impossível.

 

 

 

O artigo é muito esclarecedor no que diz respeito as múltiplas “deficiências” existentes e descreve muito bem todo o trabalho desenvolvidos pelos licenciandos, inclusive com simulações de determinadas situações. Porém peca no mesmo ponto de outros artigos que tratam da mesma problemática: de que forma o professor de Física ou qualquer outra disciplina trabalharia as diversas situações em uma mesma sala.

Os aparatos construídos eram voltados a alunos com baixa visão ou totalmente cegos, mas como é de conhecimento geral, na sala de aula há alunos de baixa visão, surdos, portadores de síndromes diversas e ainda a maioria dita “normal”.

Embora o artigo tenha apenas o objetivo de divulgar todo o trabalho desenvolvido na disciplina, ele não dá conta de muitos outros problemas da prática docente. Ele relata algumas versões da disciplina e reconhece que existe algo fundamental para a melhora da qualidade da mesma: a experiência adquirida em cada versão.

 

 

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